quarta-feira, 7 de julho de 2010
"golden share"
Tanto se tem falado no uso da "golden share" pelo Estado, a mim, não me preocupa se é legal ou não o seu uso. Preocupa-me se o recurso a este meio é útil ou prejudicial para o país. Sou da opinião que o Estado deve intervir o mínimo possível nas decisões das empresas, deve apenas regular os mercados através da Lei. Se por um lado o Estado invoca interesse nacional para o recurso à "golden share", para mim algo duvidoso, é certo que, no caso PT, a venda da VIVO não interessa a muita gente, desde gestores e administradores da PT, ao próprio Estado, isto porque a "golden share" permite-lhes nomear um terço do número total de administradores, incluindo o presidente, convêm assegurar os “jobs for the boys”. Por outro lado, o uso desta “arma” pelo Estado, torna-se dissuasora para os investidores, na medida em que quem investe numa empresa tem como objectivo o retorno dos capitais investidos com valor acrescentado, ora se existe alguém que com uma posição minoritária consegue vetar decisões importantes para os accionistas, estes retraem-se nas suas decisões de investimento. Faz-me alguma confusão que o Estado queira deter uma "golden share" na PT, invocando interesse nacional e não o faça noutros sectores. Grande parte dos recursos naturais portugueses já há muito que são explorados por Espanha, veja-se o caso do Alqueva e do sector das pescas, este então é absurdo. O governo português, em tempos, pagou para o desmantelamento das frotas de pesca nacionais, ficaram apenas alguns armadores de pequenas dimensões. Hoje, o que é pescado por navios portugueses não é suficiente para o que se consome em Portugal, onde é que vamos buscar o restante? - A Espanha, claro, o porto de Vigo até fica aqui a um saltinho e pescado lá não falta.
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Não vou discutir o uso da "Golden Share" como sendo uma arma ilegal ou não. Pergunto somente, se todos os que investiram na PT, não conheciam os estatutos e os poderes da "Golden Share"? Claro que sabia, por isso não entendo porque se devem mudar as regras do jogo a meio do campeonato. Os bancos, como investidores na PT, já lucraram muito com a mesma empresa, mas agora estavam aflitos por dinheiro, desesperados, e queriam vender a todo o custo. Bancos esses, que aproveitaram o aval do estado para se financiarem, disfaraçaram os seus balanços e agora aparecem mais fortes do que nunca. Pelo menos foi a conclusão dumas noticias que surgiram há umas semanas, mas a verdade é que continuam a aumentar spredss, taxas e a dificultar o acesso ao crédito, quando na hora em que precisaram do nosso aval, tiveram-no. É morder em que lhes dá comer. Concordo até que não seja legal o uso dessas ac~ções douradas, mas não me digam que ninguém sabia disso, e por isso agora não lhes dou razão nenhuma. Por mim até podem vender a PT, mas já alguém perguntou como ficarão os funcionários da mesma? Existiram empresas que nunca deviam ter sido privatizadas, por isso, este pedacinho que está na PT não interessa a ninguém. O mal pior já foi feito. Quanto ao papel do estado na economia, acho graça a esse conceito de que ele deve ser só regulador. Por esse ponto de vista, não deveria ter o Estado intervido no BPP, BPN, BES, etc (no aval que deu aos bancos) e devia tê-los deixado cair. Não podemos querer um estado observador e regulador e que só intervenha quando tudo está a desmorenor e que dividaos prejuizos pelo povinho.
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